Convidamos vocês, Caicoense e redondeza da região, pra conhecer mais um pouco da história da Reforma Protestante. E sejam Bem vindos.
A ORIGEM DA REFORMA
A Reforma Protestante foi um movimento religioso que começou no século XVI, liderado por figuras como Martinho Lutero, João Calvino e Ulrico Zuínglio. Iniciada em 1517, quando Lutero pregou suas 95 Teses na porta da Igreja de Wittenberg, ela surgiu como uma resposta às práticas e doutrinas da Igreja Católica da época, criticando principalmente a venda de indulgências e a autoridade papal.
Os reformadores defendiam a ideia de que a salvação vem pela fé somente (Sola Fide), pela graça somente (Sola Gratia) e pela Escritura somente (Sola Scriptura). Isso levou à formação de várias novas denominações cristãs, incluindo as igrejas luterana, calvinista e anglicana.
O impacto da Reforma foi profundo, resultando em mudanças significativas na teologia, liturgia, cultura e política europeias. Ela também foi um dos fatores que contribuiu para a modernidade, promovendo a educação e a alfabetização, e incentivando a tradução da Bíblia para as línguas vernáculas, tornando-a acessível a um público mais amplo.
O LEGADO DA REFORMA
Alister McGrath falando sobre o impacto da Reforma na história, ele arrola os seguintes fatores: uma atitude positiva em relação ao mundo, a ética protestante do trabalho, sua influência sobre o capitalismo, as mudanças políticas, sua conexão com o surgimento das ciências naturais. No final do seu livro sobre as reformas na Europa, Carter Lindberg afirma que “os legados das Reformas afetaram cada aspecto da vida e do pensamento modernos”. Ele menciona, entre outras, as seguintes áreas que foram atingidas: política, cultura, mulheres, tolerância, economia, educação, ciência, literatura e artes. O historiador Patrick Collinson observa: “É inevitável que uma coisa tão ampla como a Reforma tenha sido considerada causa de muitas coisas… é possível considerá-la causa de quase tudo o que quisermos”. É preciso lembrar que, sendo a Reforma acima de tudo um movimento de natureza religiosa e doutrinária, o seu maior legado se deu nessa área. O eminente historiador Owen Chadwick, falecido em 2015, observou: “Depois de Lutero, não era possível, seja aos protestantes ou aos católicos, imitar algumas das velhas maneiras de negligenciar a graça e a soberania de Deus. Na medida em que o Protesto consistiu no brado de Lutero de que a salvação não era por meio do ritual… o Protesto foi triunfante”. Mais concretamente,
Lutero insistiu no fato de que o ser humano só pode ser salvo pela graça de Deus, e não por qualquer mérito, virtude ou esforço pessoal. Somente pela fé, ela mesma também uma dádiva divina, podemos nos apropriar do que Cristo fez por nós. Collinson observa: “A doutrina de Lutero de que o homem é redimido exclusivamente por meio da fé libertava o homem da moralidade, mas também para a moralidade”. E conclui: “Aí se encontra a diferença essencial entre o que se tornaria o Protestantismo e o Catolicismo, tal como este foi reconstituído no Concílio de Trento”. O historiador norte-americano Mark Noll, argumenta que a concepção do reformador acerca de Deus deixou marcas profundas na história cristã. Ele se refere especificamente à chamada “teologia da cruz”, já presente nas teses 92-95 de 1517. Para Lutero, encontrar a Deus era encontrar a cruz. “O cristianismo torna-se uma realidade nas vidas humanas quando homens e mulheres participam da morte de Cristo ao experimentarem a destruição de suas
próprias pretensões quando estão coram Deo (na própria presença de Deus)”. O reformador contrastou essa atitude com a “teologia da glória”, que leva os seres humanos a confiarem em si mesmos, na sua própria percepção acerca de Deus e do mundo. Aquele que deseja encontrar a Deus tem de olhar para o Calvário, onde Deus se revelou plenamente. Nas palavras de Noll: “A cruz mostra o Criador, o Deus majestoso e todo-poderoso sofrendo – e sofrendo por nós. Lutero até mesmo podia dizer que a cruz nos mostra o terrível mistério de Deus experimentando a morte por nós”
Bibliografia: Alderi Souza de Matos. FIDES REFORMATA XXII, Nº 2 (2017): 11-22
Adaptação do texto: Rev. De Araújo
O que foi o Concílio de Trento e sua importância
Em 1545 e 1563, realizou-se o Concílio de Trento, com representantes da Igreja Católica de toda a Europa. Igualmente estavam presentes membros da igreja luterana e da ortodoxa.
Vejamos as principais decisões:
- o clero regular, deveria estudar nos Seminários, caso quisessem tornar-se padres;
- os párocos foram obrigados a morar em suas paróquias e dar atenção especial à pregação doutrinal;
- proibiu-se a venda de cargos religiosos;
- foi criado o Index Librorum Prohibitorum, lista de livros proibidos pela Igreja, incluindo livros científicos de Galileu, Giordano Bruno, entre outros.